Arte Cristã Primitiva

Chama-se Arte Cristã Primitiva a arte dos cinco primeiros séculos do surgimento do
cristianismo. Esta arte começa a aparecer um tempo após a morte de Cristo,
quando os discípulos do mesmo divulgavam a sua norma, que princípio se restringiu
apenas na província da Judéia (onde Jesus nasceu e morreu), e assim, ao longo
dos anos, a comunidade cristã começou a dispersar-se por várias regiões do
Império Romano. A Arte Cristã Primitiva se divide em duas fases: antes e depois do
reconhecimento do cristianismo como religião oficial do Império Romano,
acontecendo a primeira fase chamada Catacumbária e a segunda chamada Fase
Cristã Primitiva.
Fase Catacumbária (séc. I – séc. IV)
No ano de 64, o Imperador Romano Nero comunicou a primeira grande
perseguição aos cristãos, e ao longo dos anos estes sofreram mais nove
perseguições por aproximadamente todo o Império, achando-se, a última e mais
violenta a que aconteceu entre 303 e 505, sob o governo Diocleciano. Por
importância de toda essa correção, as limitadas e fundamentais manifestações da
arte cristã se deram por execução de cultos religiosos efetuados às escondidas em
residências e em catacumbas, que eram nada mais que cemitérios subterrâneos
onde os principais cristãos sepultavam seus mortos e mártires, dado que recusaram
a enterrá-los em cemitérios regular, já que estes eram consagrados a divindades
pagãs.
A arte nas catacumbas
Foi no interior dessas galerias que surgiram as primeiras manifestações da Arte
Cristã Primitiva, por diante de pinturas natural feitas por cristãos artesãos, pessoas
normal que não apresentavam sabedoria profissional sobre a pintura, portanto os

traços eram mais rudimentares, grosseiros e muito simples. Os mártires eram
sepultados em localidades maiores, com mais espaço para pintar nas laterais e no
teto. Primeiramente, as pinturas se limitavam apenas a representações dos
símbolos cristãos, como por exemplo a cruz (símbolo do sacrifício de Cristo), a
palma (símbolo do martírio), e a âncora (simbolizava a salvação). Depois
começaram a aparecer cenas do Antigo e do Novo testamento (ex: pintura mural
nas catacumbas de São Calisto, em Roma no séc.II), mas os cristãos preferiam
pintar a imagem de Cristo, representado como bom pastor.
Arquitetura
Nesse período, praticamente não se possui arquitetura, pois as catacumbas
auxiliavam apenas para sepultamento. Nas residências onde os cultos eram
realizados, utilizava-se de salas com altares, temporários ofícios divinos, os ágapes
que mais tarde foram modificados cerimônia da missa. Algumas casas mais ricas
possuem instalações mais
Programadas. Há catacumbas maiores, as quais se criavam galerias subterrâneas
que se cruzam e entrecruzam em diferentes níveis, sobrepondo-se constantemente,
em extensões consideráveis de centenas de quilômetros. Em algumas catacumbas
mais complexas, construía-se criptas para depositar os ossos dos mártires e de
papas também, sendo muitas construídas no primeiro século de seu
reconhecimento (religião cristã)
Nas catacumbas de Santa Priscila existe a capela grega, e na de São Calisto existe
a cripta dos papas, ambas sendo pequenos recintos com tetos abobadados ou
planos sustentados por arcos ou colunas com pinturas e com vestígios de
esculturas feitas de estuque (argamassa feita a partir de pó de mármore),
localizados em Roma, e hoje são alvo de turistas e peregrinos. Depois do
reconhecimento da religião, os cristãos foram deixando de sepultar os mortos
nesses lugares, que aos poucos foram sendo esquecidos
Escultura
Os primeiros catacumbários caracterizavam-se pelo rudimentarismo da técnica e
pela pobreza de expressão. Isso de deve ao fato já mencionado que primeiramente
o cristianismo se difundiu nas camadas mais simples da população. Logo, as
pessoas não possuíam muitos conhecimentos sobre as técnicas. Os cristãos nos
primeiros tempos não simpatizavam muito com estátuas, pois temiam estar sob o
pecado da idolatria. Um tempo depois esse medo foi deixado um pouco de lado, e aí
aparecem alguns escultores cristãos primitivos
Fase Cristã Primitiva – A arte e o cristianismo oficia​l

As perseguições aos cristãos foram aos poucos diminuindo, até que em 313 o
Imperador Constantino converteu-se a religião cristã, permitindo que a mesma
pudesse ser professada livremente. Dessa forma, houve uma expansão em larga
escala dessa religião, e em 391 o Imperador Teodósio oficializou-a como religião
oficial do Império. A oficialização foi um gatilho crucial para o surgimento dos
primeiros templos cristãos, chamados de basílicas, além de propiciar a riqueza da
diversidade nessa arte, pois diversos artistas convertidos aderiram a arte cristã. As
basílicas eram grandes, devido a o grande número de pessoas convertidas, e lá se
reunia a comunidade cristã para realizarem rituais da religião, e as basílicas
seguiam o modelo de construção romano. Os construtores pensavam em
estratégias para haver espaço nas paredes para realizar pinturas e mosaicos que
ensinavam os mistérios da fé.
Como foi visto, a arte cristã que surge nas catacumbas em Roma é simples, e feita
por pessoas desprovidas dos conhecimentos das técnicas, e por isso não têm a
mesma qualidade que a arte pagã, porém as pinturas das catacumbas já são
indicadoras do comprometimento entre a arte e a doutrina cristã, que se expandirá
cada vez mais pelos horizontes e se firmará na Idade Média.

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